segunda-feira, 1 de junho de 2009

Estado em Crise

Abro aqui um parêntese para registrar um pensamento que há muito eu já deveria ter concretizado.

Meu Maranhão de tambores, encantos e riquezas, atualmente é tomado pelo caos político que virou notícia em todo o Brasil. O povo maranhense, hoje, tem que tolerar uma mudança de governo inédita e indesejada. Um golpe que fora planejado com frieza e por quem só visa o poder, somente para ter a satisfação de mostrar para o mundo quem manda no Maranhão.

Agora somos obrigados a tolerar uma “guerreira” cheia de promessas, as mesmas feitas há mais de quarenta anos por seus antecessores, sem que nenhuma fosse cumprida. Ela, que agora posa como a salvação da pátria, a solução para os problemas sociais que a própria família dela contribuiu para que existissem, pois nem quando o seu genitor foi presidente (diga-se de passagem, que ele foi presidente sem, também, ser eleito pelo povo brasileiro) conseguiu melhorar a vida dos maranhenses.

Vê-la ocupar o governo nos faz repensar a importância do voto, que tanto nos preocupamos em manter para conservarmos a democracia. E, de repente, alguém se acha no direito de nos tirar este direito. A sensação é que, simplesmente, tivemos a nossa opinião descartada, a decisão do Maranhão jogada no lixo por um clã que usou todo o seu poder político para mostrar ao mundo que, ainda, somos terra de coronelismo, sem direitos e vontades.

É ele, o varão da família, dono da mídia predominante no Estado que só se preocupa em mostrar os defeitos e erros dos outros políticos e enaltecer cada detalhe de seus protegidos, tentando convencer os pobres e ignorantes que, o melhor para o desenvolvimento do Maranhão, é a permanência deles no poder.

E o que nós, humildes cidadãos, podemos fazer diante de uma situação como esta? O movimento Balaiada se ergueu, mas não teve forças suficientes para impedir o mando e desmando deste coronel inconformado com a derrota da última eleição. Há quem diga que até a natureza se revoltou com tamanha prepotência e alagou as terras maranhenses, para mostrar seu descontentamento e dificultar o trabalho desta ocupante temporária do Governo do Maranhão.
Já ouvi quem diga que nunca mais participará de uma eleição no Maranhão, já que não adianta agir contrário aos desejos do senhor todo poderoso; alguns dizem que simplesmente anularão seu voto; outros afirmam que não deixarão de exercer o seu papel de cidadão e continuarão na luta pela conquista da democracia.

Eu fico com esta última opinião. Sei dos riscos, mas não vou desistir do meu Estado. Ainda quero ver meu povo liberto das garras deste poder, quero olhar para trás e saber que não foi fácil, mas com determinação foi possível vencer esta luta. Quero, também, contar esta história aos meus filhos e netos, descrever cada batalha e o êxito da vitória. Uma guerra que o maranhense venceu sem pegar em armas, apenas exerceu o que lhe é de direito e, dignamente, usou o poder do seu voto para derrotar a família Sarney no Maranhão.