terça-feira, 30 de novembro de 2010

Se e Talvez

A vida que eu escolhi ou a vida que me deram?

Uma palavra pequena, mas que muda todo o destino... Se.

Se eu tivesse viajado para o exterior aos 20 anos?

Se eu tivesse dito sim aos 22?

E se eu não tivesse aceitado aquela oportunidade de emprego?

Ou se eu tivesse aceitado aquela que me chamava pra tão longe da civilização?

Se eu tivesse me acomodado com o conforto do meu lar e o emprego garantido?

Se eu não tivesse bebido?

Eu não tivesse poucos e grandes amigos?

Eu não o tivesse conhecido?

Se tivesse existido um encontro?

Se eu não tivesse feito aquela viagem?

Se eu perdesse o controle de vez em quando?

E se eu escolhesse o caminho mais fácil?



Tantos “se” me remetem a outra palavra, que me traz o conflito da dúvida... talvez!

Talvez eu não tivesse voltado pro meu país;

Talvez eu perdesse o convívio da família e dos amigos;

Talvez eu já teria dois filhos;

Talvez eu estaria desempregada e não teria conhecido pessoas tão especiais;

Talvez eu estivesse fazendo caridade em uma vila esquecida;

Talvez eu estaria no mesmo lugar, com a mesma insatisfação;

Talvez eu não tivesse tido tantos bons e inesquecíveis momentos;

Talvez eu não teria aprendido tanto;

Talvez eu teria ficado;

Talvez eu não teria tido a coragem pra seguir meu coração;

Talvez eu estaria com planos para um futuro solitário;

Talvez eu teria dito o que calei;

Talvez eu estaria rica;

Talvez eu não teria feito tantas escolhas.



Mas... e se tudo tivesse saído exatamente como eu planejei?

Talvez eu não seria tão feliz!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eu e Eu

Hoje me calei

Um suspiro emanou do peito

Hoje o silêncio foi meu discurso

Meu pensamento

Aqui dentro, a liberdade

Vivi um segundo de mim

E me encontrei

No meu íntimo de sinceridade

Hoje quero a paz

Quero a solidão

Quero não pensar em futuro

Nem reviver o passado

Apenas o aqui e agora

Esquecer o mundo

Fugir da realidade

Quero ser a saudade

Ser meu sonho escondido

Quero viver meu momento vazio

Ser eu e eu mesma

Sinônimo de felicidade.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Se...


Noite de luar
Um olhar
Instintivamente perco a razão
Um toque
Eterniza na lembrança
Fica o perfume e o gosto de um beijo
O gosto de uma paixão
Me perdi
Parece castigo
Gostei
Te perdi
Sozinha pensei no se...
Resta um nome
E um destino (de sorte)
Emoção
Te levo na memória
Deleto do coração


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Encontro Inesquecível

Fascina qualquer mulher uma gentileza gratuita
Um olhar carinhoso
Um gesto único
Encanta a companhia desinteressada
A conversa descontraída
O bom uso das palavras
Faz grande diferença
Andar de mãos dadas
Um beijo apaixonado
Planos para o futuro
Um encontro assim raro
Deixa marcas e faz história
Um sonho concretizado
Ou um eterno coração magoado.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Conto 140 caracteres

Concorrendo ao Prêmio da Academia Brasileira de Letras:

Ele entra, pára ao lado do caixão da mãe. Expressão sofrida, desabafa: "Não me conformo, é ouro, esse dente não pode ser enterrado com ela".

terça-feira, 23 de março de 2010

Mais uma poesia que fez parte da minha história... da minha vida...

Neste momento penso em você,
e então quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você escuta e me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem te tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
te embalar no meu carinho.
Mas eu não sou vento,
agora sou só pensamento
e estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí, agora...
Neste momento, em pensamento...
No vento!

Roberto Shinyashiki

quarta-feira, 17 de março de 2010

Descobri porque não consigo engordar...




Pratique o amor integral

uma vez por dia

desde a aurora matinal

até a hora em que o mocho espia.


Não perca um minuto só

neste regime sensacional.

Pois a vida é um sonho e, se tudo é pó,

que seja pó de amor integral.



Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 16 de março de 2010

O valor e a vida

Ele soube da morte da mãe no dia seguinte do fatídico acontecimento. Os olhos cansados denunciavam a longa noite de trabalho e, agora, demonstravam claro espanto com a multidão que cercava a sua casa. Sentiu o cheiro de más notícias.

Desceu do carro, cumprimentou os poucos que estavam no caminho até a garagem, parou um instante na porta e entrou direto, parando ao lado do leito eterno de sua genitora. Ela tinha o olhar sereno, como se dormisse. Ele a olhava quieto, da cabeça aos pés, e tocando suavemente suas mãos, parou no tempo. A família, os amigos, vizinhos e curiosos calaram-se diante da cena. Nada se ouvia, nada se movimentava. Alguém esperava uma palavra, outros esperavam um surto. Mas nada acontecia.

Segundos que pareceram horas. Finalmente sua esposa o pegou pelas mãos e o levou para uma cadeira de palha próxima ao livro sagrado das peças ornamentais do velório. A filha mais velha lhe trouxe água. Os sussurros começaram por toda a sala e ele não olhava para ninguém, continuava ali, inerte.

A casa, assim como seus cinco moradores, era simples, com poucos velhos móveis, pintura desgastada, nenhum acabamento. A sentinela à rainha acontecia na garagem, onde não havia nem iluminação elétrica, apenas um chão de terra molhada e um telhado de madeira. Entre os mais de cinqüenta presentes, no máximo dez pessoas eram conhecidas da família. Destas dez, contava-se a família e os vizinhos que ela tinha na casa onde vivia sozinha, em um bairro próximo. Ele, o filho, era o único herdeiro da casa de um quarto que a velha senhora morou nos últimos quarenta anos. Juntando casa e móveis, não se conseguia um valor acima de R$ 2.000,00.

Alguns minutos se passaram. Enquanto todos já se voltavam para outras atividades, ele levantou afoito olhando para os lados, como se procurasse alguém. Andou pela garagem, foi até a rua, rodeou o terraço, passou pela sala. No final da cozinha, dois primos papeavam e tomavam um café. Ele seguiu nessa direção, os chamou para mais perto e, antes que algum deles pudesse lhe dizer qualquer palavra de conforto, ele desfez os olhos de cansaço e lhes pediu:

- A minha mãe não pode ser enterrada assim, não é justo, ela vale muito! Vamos, me ajudem a abrir a boca dela, são dois dentes de ouro do lado superior esquerdo.

...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Nenhuma relação é em vão

Uma conversa com uma amiga hoje me fez pensar sobre relacionamentos. Ah, relacionamentos, como eles são difíceis. Lidar com pessoas talvez seja a missão mais difícil do ser humano. Somos todos diferentes, com características próprias e pensamentos únicos. E vivemos rodeados, 24h, por pessoas. Momentos bons, maravilhosos, inesquecíveis... ou momentos desastrosos e irreparáveis.

E quando o assunto é relação homem x mulher? Aí que tudo piora. Paixão fulminante, desejo louco e planos para o futuro. Mas, desilusões acontecem. Faz parte da vida. Quantas vezes não encontramos alguém que parece ser especial e pensamos: agora tudo vai ser diferente. Nos entregamos e deixamos a vida acontecer, seguimos caminhos desconhecidos sem medo, sem olhar para trás, apenas confiando que não estamos mais sozinhos e, agora, uma outra metade nos completa para a construção de uma felicidade plena.

Mas, antes que o caminho acabe, percebemos que existe um obstáculo no meio da estrada, troncos de árvores atrapalham a caminhada e nós dois não somos capazes de ultrapassar. Algumas vezes o tronco é até possível de carregar, ainda que com certa dificuldade, para a beira da pista. Outras vezes, pesado demais para sair do lugar.

Aí tudo fica nublado. A decisão é de seguimos separados, de volta pela mesma estrada, lá para o início, de onde começamos. Sentimentos confusos nos dizem apenas para desistir. “Chega de sofrer”, “Eu não nasci pra isso”, “Cansei, vou ficar sozinha”. Passa um, dois, três meses e a história se repete. Lá estamos nós de novo, retomando o caminho de um novo relacionamento, com o sorriso mais largo, confiança redobrada e esperança no futuro, como se nada tivesse acontecido.

Porém, desta vez sentimos que estamos mais preparados, afinal já conhecemos a estrada e os obstáculos; já sabemos da força que vamos precisar mais a frente e da sabedoria que deveremos ter para desviar dos possíveis entraves. Nesse momento, tudo fica claro. Olhar para o passado é sorrir de si mesmo, é descobrir que tudo que foi vivido até então nos transformou em uma fortaleza, um diamante lapidado e preparado para a nova relação que a vida nos apresenta. Desta vez poderemos ir mais longe, construir pontes ou fazer um novo caminho.

E é por isso que nenhum relacionamento deve deixar de ser vivido por medo da desilusão, já que tudo faz parte do que eu chamo de evolução sentimental. Relacionamentos, sejam eles de sucesso ou não, nos levam cada vez mais para o caminho que todos, um dia, querem trafegar: o caminho da felicidade no amor.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A força de um sonho

A insegurança se perdeu em algum lugar por onde passei. Viajo em pensamento e volto para cá, onde gosto de ficar, sentada, quieta, ouvindo apenas a respiração que quebra o silêncio do lugar.

Fortaleza, carinho e desejo se misturam em um sentimento que não consigo explicar. E já não quero mais sonhar, apenas viver. Viver a realidade que já foi desacreditada, nunca sonhada e, agora, bate em minha porta sorrateiramente.

Por alguns minutos vejo a vidraça da janela. A luz dos raios de sol se confunde com o brilho dos meus olhos. E eu olho apenas para frente, para o tempo e o infinito.

Um caminho me é mostrado, dentre tantos. Mas esse, em especial, deixa-me confiante e me diz que na vida tudo pode acontecer. Basta acreditar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Eu e eu mesma

Você já teve alguma atitude que depois leva a pensar se mais alguém age assim? Coisas rotineiras, que quase ninguém percebe ou não vê, mas você mesmo ri depois e pensa: “Que loucura!”.

Eu já pensei isso várias vezes, impressionante. Então resolvi anotar algumas dessas “loucuras” pra ver se alguém, além de mim, identifica-se com alguma delas.

1. Querer ter 4 filhos (não precisa ser tudo de uma vez);

2. Imaginar a vida daqui a um, dois anos, em detalhes de imagem (como novela);

3. Sorrir com desconhecidos na rua (às vezes até sem querer);

4. Dormir coberta e com um lençol sob o rosto para sentir o cheiro (como diz minha mãe, cheirando pano);

5. Dormir com a televisão ligada (programada, não gasto energia assim);

6. Pular as linhas das calçadas (isso eu não sei por que);

7. Balançar o pé quando está sem sono para tentar dormir (acho que é por causa do balanço);

8. Lavar os sapatos (acho normal, alguns não acham);

9. Pisar folha seca para ter o prazer de escutar o barulho (e ainda tentar ser discreta);

10. Dizer “oi” para um apartamento vazio quando chega em casa (sem comentários, rs).

Tem mais coisas. Pequenas. Algumas eu realmente não consigo lembrar agora, outras eu prefiro que fiquem comigo, por precaução, rs. Particularidades minhas que podem até parecer loucura, mas que constroem essa mulher única e verdadeira que sou eu.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Do jeito que for - Jorge Vercilo

Aonde cresci
Do que já vivi
Não me lembro de nada na vida
Que mais se pareça com amor
Como lembro de ti

Na minha ilusão
O seu coração
É a peça perdida
No quebra-cabeças daquela emoção
Que um dia perdi

Flor,
Minha vida tá despetalada sem teu amor
E parece que nada vai mudar
Chuva que cai sem parar
Deixa no canto do peito
Esse gosto de dor

Vem,
Eu guardei o meu tempo de vida
Pra mais ninguém
Seja fogo de palha ou seja amor
Seja do jeito que for
Só de pensar em você
Já me faz tanto bem