segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Deletando Marcas

Um dia decidi apagar marcas
Lembranças de um passado sem futuro
Palavras jogadas ao vento
Promessas ditas sem comprometimento

Em um minuto resolvi apostar no presente
Viver o que a vida pode melhor oferecer
Esquecer o que, um dia, foi simples rotina
Sorrir ante a imposição de um querer

Assuntos inacabados
Ficarão no ar como... “o que seria”
Vidas unidas e separadas
Planos deixados à beira de um caminho

Decidi regar apenas os bons frutos
De momentos que não frutificaram
Hoje decidi deletar algumas marcas
Marcas que um dia foram desenhadas
Quimera planejadas
Agora desfeitas por ordem do destino.

sábado, 26 de setembro de 2009

De volta para o passado

Quem viveu esta época não esquece jamais...
"...Quando toca o despertador de manhãzinha
Me levanto e vou me arrumar e vejo
a felicidade no espelho, sorrindo
Claro que vou te encontrar..."

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Uma outra linguagem

Passava das 21h. Saí da biblioteca e caminhei poucos minutos até chegar a um ponto de ônibus vazio e escuro. Olhei para os lados para me certificar que o local estava realmente vazio e me encolhi em um banco, torto e frio, da Universidade de Brasília. Menos de dez minutos depois, três jovens se aproximam e sentam ao meu lado. Estavam bastante animados com a conversa. Eu, preocupada com a demora do ônibus, a princípio não dei atenção. Em seguida percebi que encontrara uma ocupação, um momento de análise e pura diversão.

Sotaques claramente diferentes. Os três conversavam sobre tudo que os jovens conversam: viagens, namoros, baladas. Comecei a prestar atenção quando percebi que o termo “véi” aparecia três vezes a cada cinco palavras. Palavras ditas pela metade, de forma chiada e arrastada, dificultavam o meu entendimento apesar deles estarem praticamente grudados em mim.

Naquele momento lembrei minha terra distante, minha querida São Luís, já conhecida antes como “Atenas Brasileira” e tema de debate entre os estudiosos da língua, apontada por alguns como a cidade que melhor fala o português. Claro que, com o processo natural do desenvolvimento, essa característica vai se perdendo por causa da mistura de povos. Mas, na capital maranhense, até hoje é possível compreender uma conversa entre jovens. Talvez, por isso, o meu estranhamento ao ouvir aquele “debate juvenil”.

Voltemos à conversa. Concentrei-me nas palavras ditas em volume médio para tentar entender a mensagem final. Mais como um passatempo útil e “educativo”. Às vezes me perdia no contexto da fala porque ficava tentando entender a frase anterior. Porém, os três conseguiam se entender perfeitamente. E eu me sentia jogada no centro de Tókio.

E a conversa seguia com “tá de boa”, “tá ligado”, “carai”, “mina”, jogados em meio a outros vocábulos encolhidos. Isso quando não saia algo do tipo “os finalista”. Coisa de jovem? Aí aproveitei a oportunidade para aprender significados que poderiam me servir depois, já que sou uma pessoa que, no momento, preciso pedir informações constantemente. Descobri, por exemplo, que “bicho” é “sinônimo” de ônibus e “arroizou” é alguém que não “pegou” ninguém na festa. Bom, mas tal qual é normal em situações como esta, nem tudo me foi compreendido. Incluo neste item o trecho 'Essa parada é “paia”'... bom “véi”, essa, até agora eu não consegui descobrir.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Palavras de Homenagem

Mãe, hoje eu senti saudade
Lembrei seu sorriso, seu afago
Seu jeito de falar a verdade
E mostrar as minhas escolhas erradas
Recordei nossos bons momentos
As reuniões de família na casa da vó
O natal na época de infância
Quando me dava os presentes do velho Noel
E me fazia acreditar nas mais belas fábulas de criança
Lembrei com um sorriso saudoso
A sua dança com o pai em nossa sala
Bailando a música que cantava o amor
O mesmo amor que me gerou e tanto me ensinou

Mãe, hoje eu amanheci lembrando
Das manhãs que lhe acordei cantarolando
Ao lado dos meus irmãos queridos
Pra lhe fazer singela homenagem
Escrevi cartinhas com palavras mal escritas
Mas sei que ainda as guarda como tesouro
Por vezes desejo tanto estar ao seu lado
E sentir-me novamente criança
Ter seu carinho, sentir seu amor
Falar-lhe das dores do meu coração
E dos sonhos que movem minhas ações
Ensinaste-me tantas coisas importantes
Valores e princípios que me acompanham
O significado da palavra humildade
Sentimentos que muita gente desconhece
Seus sábios ensinamentos minha mãe
Moldaram minhas atitudes e pensamentos
Ao lado do pai sempre foi guerreira
Meu exemplo de força e superação

Mãe, o tempo passou tão rápido
E veja só, eu estou crescida
Tentando me tornar menina adulta
O destino me colocou longe dos seus olhos
Mas jamais vai lhe colocar longe do meu coração
Como quando menina, ás vezes sinto medo
De dar algum passo sozinha e, sem apoio, tropeçar
Mas ouço a sua voz e me sinto fortalecida
Sigo devagar até aprender a andar
Nunca penso em desistir do meu caminho
Porque sei que esta fora a estrada a mim destinada
Coragem e perseverança também me foram ensinadas

Mãe, serei sempre dependente do seu amor
E do aconchego da nossa casa
De estar com o pai e os irmãos
Das conversas no meio da sala
Recordar é desejar reviver o passado
E trazer pro presente antiga felicidade
Eu a amo tanto que não consigo expressar
E hoje tanto tenho a agradecer
Obrigada mãezinha querida
Minha linda flor divina
Rainha do lar e minha heroína
Pelas noites mal dormidas
Por seu amor infinito
Obrigada por ter me dado a vida.

domingo, 13 de setembro de 2009

Formas de Paixão

Não há quem viva neste mundo sem nunca ter experimentado uma paixão. Homens e mulheres vivem, constantemente, a experiência de se apaixonar. Os primeiros quase nunca afirmam que já viveram ou vivem uma paixão. Enquanto as mulheres, em estado de êxtase, fazem questão de mostrar tamanha felicidade. Há quem diga que os homens agem assim para se proteger, enquanto que as mulheres se sentem protegidas justamente por mostrarem ao mundo que estão apaixonadas.

As pessoas apaixonadas, no entanto, podem chegar a dois extremos: a idolatria ou a violência. Os dois extremos são perigosos a todos que fazem parte de uma relação amorosa. Ambos são formas de exagero. A idolatria esconde no fundo uma fraqueza: a submissão. Já o crime passional reflete a cegueira que se apossa do apaixonado.

A fraqueza que envolve o apaixonado acaba o deixando com sensações negativas, com sintomas de baixo astral e não se permite gostar de outra pessoa. Desta maneira, se esconde atrás de um sentimento prejudicial e tudo que faz é em prol do outro.

Já, os que não enxergam mais nada em seu caminho não admitem perder, se agarram ao apaixonado e não permitem que alguém atrapalhe a relação. Passa a transformar a convivência em uma prisão que não há porteiras de saída e muito menos de entrada. Qualquer comportamento estranho do outro é motivo para ameaças, muitas vezes usando de declarações chantagiosas.

Porém, é preciso que se entenda que nem sempre a paixão é vista como algo trágico, já que para a maioria das pessoas ela não passa de um estágio ainda imaturo do amor. É aquele primeiro momento onde há aquela troca de olhares, os corações pulsam mais forte na presença do outro, as mãos geladas não conseguem ser disfarçadas e as palavras saem sem nenhuma ordem de coerência. Sintomas que desaparecem com o passar do tempo, com a convivência e a consolidação de um sentimento calmo e eterno.

domingo, 6 de setembro de 2009

Perdão

Perdoe os meus pensamentos
Que a fim de findar meu sofrer
Te buscam em nossos curtos momentos
E exalam, em silêncio, todo o meu querer

Perdoe os meus lábios
Não sabem o que é pecado
Agora, tanto e irrefreáveis
Desejam te beijar em lugares inusitados

Perdoe a minha emoção
Já não posso controlar
Há muito se esqueceu da razão
E vive assim, sonhando te amar

Perdoe, enfim, este coração
Anos de histórias mal resolvidas
Mas, veja só, não aprendeu a lição
Prefere viver cada paixão que encontrar nesta vida.