quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Fim de Ano




É chegado o fim do ano. Impossível não pensar "nossa, como passou rápido!". Doze meses vividos e, hoje, revividos. Olhar para trás me traz boas lembranças, de acontecimentos inesperados, de surpresas agradáveis, de decisões loucas e decisivas, de pessoas inesquecíveis.


Não, hoje não quero pensar no que não foi. Quero pensar apenas que a chegada de um novo ano trás consigo novas oportunidades. Claro que momentos tristes existiram, mas hoje os vejo como lição de vida, fortalecimento do corpo e da alma. Instantes que construíram 2009, com seus altos e baixos mas, acima de tudo, com superação.


2010 está chegando bem diferente do que foi o reveillon do ano passado, quando eu buscava desafios. Desta vez, o ano novo chega repleto deles, mas saber quais serão os acontecimentos dos próximos doze meses... hum, isso só Deus sabe. E eu conto daqui a um ano.


Encerro meu último post do ano com este texto de Clarice Lispector que fala de coisas que fui e vivi... especialmente em 2009:



Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo,

já perdi um AMOR por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo,

já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.

Já passei noites chorando até pegar no sono,

já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou,

já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.

Já menti e me arrependi depois,

já falei a verdade e também me arrependi.

Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,

já deixei de acreditar nas que realmente valiam.

Já tive crises de riso quando não podia.

Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.

Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns,

outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...

Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer,

já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.

Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.

Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.

Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...

Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!

Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!

Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR!


Um bom fim de ano para todos e um 2010 de saúde e muito sucesso. Até mais!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Luz Oculta



Ando por aí
Ainda olhando para o céu em noites estreladas
Querendo achar aquela pequenina estrela especial
Que me encantava e vigiava
Com um brilho que não encontro igual
Hoje não a vejo como antes
Já não percebo o brilho da sua presença
Também não tenho mais a janela do meu quarto
Mas eu sei que ela ainda está lá, mesmo longe
Eu sinto a sua presença, ainda que não a veja
Entre nuvens e a claridade da cidade
Entre tantas a iluminar a noite fria
Ela ainda está lá
Eu sei que está
E mesmo que mude de lugar, ou eu atravesse o oceano
Jamais ela apagará
Estará sempre em algum lugar deste céu escuro
Brilhando e irradiando a sua luz
E eu, daqui, vou seguir certa que um dia a vou reencontrar.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vazio

Hoje eu queria escrever tanto e, no entanto, não encontro as palavras. Elas se perderam no vazio dos meus pensamentos, em sentimentos que não me agradam e não me trazem a liberdade que preciso para externar emoções, sensações ou aprendizados.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Qual é "a minha cara"?


Palavras que tentam explicar podem confundir mais ainda. Tentar se fazer entender em certas conversas, percebo, algumas vezes, não é uma tarefa muito fácil.

Ontem, em uma conversa espontânea, disse que os lugares tinham que ter “a minha cara”. Saiu assim, sem pensar. Não, não é o caso de colocar a minha foto em todas as paredes ou pendurar espelhos em todos os cantos. Eu quis dizer que preciso me identificar com o lugar. Mas, depois de dita a frase, eu mesma me perguntei: o que é preciso para que o lugar tenha “a minha cara”? Dúvidas ficaram não só com os ouvintes, mas, principalmente, comigo. E agora, como explicar?


Por exemplo, um lugar bonito tem “a minha cara”? Está bem, sou bonita, mas não é todo lugar que me identifico só porque é bonito. Confuso isso? Concordo. Então posso dizer que tenho bom gosto, assim lugares considerados de bom gosto combinam comigo, certo? Não, quais parâmetros utilizar para discernir um bom do mau gosto? Estranho, muito estranho. E se não for um lugar, for um vestido? Um vestido longo tem a minha cara? É, pode ter, mas gosto dos curtos também (se bem que nessa altura do campeonato nem sei mais se tenho o direito de usá-los). Os dois, então, têm a minha cara? Não, se for assim vão dizer que eu tenho duas caras! Ah não, parece coisa de gente mau caráter e isso, definitivamente, não é a minha cara.

Então, qual é “a minha cara”? Dúvidas... Acho que vou ficar com essa aqui mesmo que Deus me deu, bonita e simples. Hum, gostei... acho que essa é a resposta. Porém, sendo assim, eu terei que acrescentar mais alguns adjetivos: limpa, atraente, encantadora, clara, boa...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Poesias


Um dos leitores deste espaço blogueiro perguntou-me como fazer poesias. Não havia pensado sobre isso ainda para responder esta questão, até porque eu não sei se posso considerar poéticos os meus textos. São sentimentos soltos, vividos ou imaginados, expostos em uma folha em branco, sem intenção alguma; apenas externados em um jogo de palavras que vão surgindo na mente de quem os sente. Sem regras.

É difícil explicar como acontece. Assim como é sempre difícil falar de sentimentos. Já estudei sobre as poesias, conheço as formas do soneto, mas não é a imposição de uma forma literária que me atrai na escrita. Não quero seguir à risca algum tipo de sonoridade, metragem, versos. Admiro muito quem as faz, sou fã de carteirinha de Vinícius de Morais e, por inúmeras vezes, li o famoso “Soneto de Fidelidade”.

Mas, aqui, as palavras saem sem pedir licença. Prefiro que seja assim. Rimas acontecem, mas são frutos de uma mente que, enquanto escreve, pensa mil coisas ao mesmo tempo e, muitas vezes, já conhece a frase final sem nem ter chegado ao meio. E assim nascem os textos, espontâneos, sinceros e encharcados de sentimentos. Como este que segue abaixo.


Amor Platônico

Saudade de um tempo que não existiu... ou existiu
Viveu nos pensamentos
Soltos no mundo da imaginação
Sorriu para a fantasia
E sobreviveu imantado de emoção

Sonhou a realização de um conto
Fez planos para um futuro distante
Plantou sentimento, apostou no presente
Viveu e sofreu cada instante de glória e solidão

Pedaço do meu caminho
Páginas escritas, lidas e relidas
Narrativa descrita em um meio particular
Pertencente ao mundo de paixões

Riso e pranto
Momentos e encantos
Sanidade ou desatino
Nasceu de um inusitado encontro
Morreu por força do destino

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Rica por Natureza

O mundo é tão rico de pequenas coisas que podem nos trazer momentos infinitamente felizes.

Estou lendo um livro muito interessante sobre o dinheiro e seus segredos, do Gustavo P. Cerbasi. Já devia ter feito isso há muito tempo, pois sempre achei que sou uma pessoa que não sabe usar corretamente o fruto do trabalho. Agora eu tenho certeza. É incrível como tenho todas as atitudes erradas que o livro caracteriza como “os erros de uma pessoa pobre”. Bom, mas a intenção deste escrito é falar sobre um pensamento do livro que me fez refletir e que inicio este texto. Uma filosofia vivida e percebida diariamente.

Acordei mais cedo para ir ao trabalho e peguei o ônibus em um horário que não é de costume. Ao entrar, tive a sensação que todos ali sabiam que eu não era daquela “turma”, apenas uma visitante. Ao longo da viagem percebi que eu era exatamente isso. Um rapaz de nome Geraldinho era a atração. Até um senhor que estava distante falava, aos gritos, com este baixinho de voz rouca e cheio de piadas. Todos se conheciam pelo nome, comentavam casos passados e dividiam as suas opiniões. Uma menina ouvia o som do MP4 sem os fones, um rapaz falava ao celular desde que subiu na condução (e, diga-se de passagem, desceu ainda animado com a conversa) e Geraldinho se declarava para Verônica, a quem pedia em casamento e para quem dançava, exibindo-se como pavão em sua seleção sexual. E o mais engraçado eram as duas senhoras sentadas ao meu lado, cada frase ou atitude de alguém era motivo para uma delas me olhar e explicar a situação. Antes de descer, já sabiam o meu nome e me desejaram um bom dia. Tinha como ser ao contrário?

No horário do almoço precisei comprar um presente. Dois shoppings e mais de dez lojas. Uma escolha difícil, até que encontrei um lugar que não tinha o que eu procurava, mas o atendimento e o cansaço me fizeram ficar ali e encontrar algo. Dois rapazes se dispuseram a me ajudar, mas nem eles tinham idéia do que poderiam indicar. Está bem, confesso que o caso não era muito fácil, mas me diverti com o empenho dos dois e da cara que eles faziam cada vez que eu dizia: “não, muito pessoal” ou “não, não dá porque eu não o conheço”. Saí da loja com um pacote feito às avessas, uma melhor compreensão sobre a moda masculina e com a certeza que os homens podem não ser a melhor indicação para nos ajudar a escolher um presente, mas podem nos aconselhar bastante quando o assunto são os próprios.

A fila do banco, após dias de greve, é sempre maior que nos dias habituais. Atrás de mim um senhor alegre e com jeito humilde, já chegou puxando assunto. Alguns minutos de conversa e percebi que ele estava no lugar errado. Perguntei-lhe se já tinha mais de 60 anos, ele respondeu: “Ih, faz tempo”. Então o aconselhei a ir para frente e usar o seu direito de idoso. Ele, muito sem jeito e bem baixinho confidenciou: “Não, eu nunca faço isso, as pessoas vão me olhar de cara feia e brigar comigo, tenho vergonha”. Sorri e lhe disse para ir sem preocupações, garanti que ninguém ia falar nada. Ele assim fez, inseguro, dava dois passos e me olhava, como uma criança precisando de orientação e confiança para tomar uma atitude. Um engraçadinho da fila ainda quis falar algo por conta do erro ao caixa preferencial, mas logo foi recriminado pelos demais. E o senhor, sem perceber nada, pagou as contas e saiu, agradecendo-me um milhão de vezes.

Três histórias em um só dia. Volto para casa no fim da tarde com um sentimento de liberdade e missão cumprida. Não encontrei dinheiro na rua, não fui promovida e nem contemplada com um prêmio milionário, mas ganhei momentos que me trouxeram paz, reflexão e ajudaram a construir capítulos emocionantes e momentos inesquecíveis.

Claro, vou continuar a ler o livro e mudar as minhas atitudes erradas. Afinal, precisamos sentir que crescemos na vida, em todos os sentidos, para sermos felizes, e a prosperidade financeira não pode ser deixada de lado. Mas não quero me privar de momentos simples, quero me deixar ser levada por situações inesperadas e ficar sempre com os olhos bem abertos para a felicidade que eu posso ter de graça.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Querido Diário


Passado anos, hoje estou aqui de volta para desabafar com você. E eu tenho tanto pra falar. Sentimentos, conquistas, sonhos. Tá certo, confesso que esqueci você por vários anos, culpa exclusivamente minha, assumo. Mas ontem alguém me fez relembrar o tempo das nossas conversas íntimas e inocentes.

Pois é, os anos passaram. Eu já não tenho dez anos. Mas às vezes não parece e eu me vejo agindo como tal. Uma menina rebelde, insegura e cheia de sonhos. É verdade, eu sei que os sonhos já não são os mesmos, hoje eu sinto mais os meus pés no chão, mas eu nunca deixei de sonhar. E lutar por tudo que acredito.

Faz uns meses que eu saí da casa dos meus pais justamente por acreditar em mim, acreditar que eu posso tudo aquilo que eu desejo. É, parece loucura. Sabe quando a gente é criança e pensa que somos iguais aos super heróis dos desenhos animados? Pois é, esse sentimento de mulher maravilha não saiu de mim. Não sei se por eu nunca ter deixado de lado esta criança que existe aqui dentro ou se porque muitas das vezes alcanço meus objetivos, entre erros e acertos, de uma maneira meio torta.

É claro, morar longe da família e dos amigos é muito difícil, é viver com uma saudade constante. Mas eu tenho me saído bem, como costumo dizer, já estou ficando mocinha. Hoje eu estudo, trabalho e tomo conta da casa, como gente grande. No início é um pouco complicado: o supermercado parece um jogo que você não conhece as regras; o tempero da sua mãe é lembrado com um sabor delicioso; o dinheiro é dividido pelas despesas, que parecem não ter fim; momentos simples ao lado da família aumentam de valor; um carinho faz muita falta; o mundo parece ser bem maior do que você imaginava. E fica cheio de responsabilidades.

Por outro lado, você descobre, também, que é capaz de superar seus próprios limites. É gratificante perceber os avanços diários, as conquistas em pequenas coisas, o amor que existe dentro da gente e descobrir, ainda, o quanto podemos crescer, amadurecer. E há quem diga que agora que sigo sozinha, cresço sozinha. E eu, com toda certeza, digo que jamais conseguiria alguma coisa na vida sozinha. Primeiro porque tenho Deus à minha frente. Segundo porque tenho uma família que, mesmo longe, está sempre comigo, orientando minhas atitudes e me dando o apoio que preciso. E, terceiro, porque sou cercada de pessoas especiais, amigos que marcam presença mesmo à distância.

Enfim, meu querido diário, hoje eu te coloquei aqui, neste meu canto de palavras perdidas e sentimentos atropelados, como forma de partilha. Desta vez não vou colocar um cadeado em você e guardar essas confidências só para nós dois. Ou melhor, nós três, não nos esqueçamos da minha mãe e suas artimanhas para encontrá-lo. Não, desta vez vou publicá-lo como meio de externar o sonho de uma adolescente que cresceu, mas nunca deixou de acreditar em si. E segue lutando, caindo, levantando e, claro, superando obstáculos.

Até a próxima!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Brasil - Sede das Olimpíadas 2016


A minha alegria atravessou o mar

E ancorou na passarela

Fez um desembarque fascinante

No maior show da terra

Será que eu serei o dono desta festa

Um rei, no meio de uma gente tão modesta

Eu vim descendo a serra

Cheio de euforia para desfilar

O mundo inteiro espera

Hoje é dia do riso chorar

Levei o meu samba pra mãe de santo rezar

Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá

Levei o meu samba pra mãe de santo rezar

Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá

Acredito ser o mais valente nessa luta do rochedo com o mar... E com o ar!

É hoje o dia da alegria

E a tristeza, nem pode pensar em chegar

Diga espelho meu se há na avenida alguém mais feliz que eu

Diga espelho meu se há na avenida alguém mais feliz que eu




IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE - 1981

Compositores: Gibi, Serjão e Zé Catimba

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Deletando Marcas

Um dia decidi apagar marcas
Lembranças de um passado sem futuro
Palavras jogadas ao vento
Promessas ditas sem comprometimento

Em um minuto resolvi apostar no presente
Viver o que a vida pode melhor oferecer
Esquecer o que, um dia, foi simples rotina
Sorrir ante a imposição de um querer

Assuntos inacabados
Ficarão no ar como... “o que seria”
Vidas unidas e separadas
Planos deixados à beira de um caminho

Decidi regar apenas os bons frutos
De momentos que não frutificaram
Hoje decidi deletar algumas marcas
Marcas que um dia foram desenhadas
Quimera planejadas
Agora desfeitas por ordem do destino.

sábado, 26 de setembro de 2009

De volta para o passado

Quem viveu esta época não esquece jamais...
"...Quando toca o despertador de manhãzinha
Me levanto e vou me arrumar e vejo
a felicidade no espelho, sorrindo
Claro que vou te encontrar..."

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Uma outra linguagem

Passava das 21h. Saí da biblioteca e caminhei poucos minutos até chegar a um ponto de ônibus vazio e escuro. Olhei para os lados para me certificar que o local estava realmente vazio e me encolhi em um banco, torto e frio, da Universidade de Brasília. Menos de dez minutos depois, três jovens se aproximam e sentam ao meu lado. Estavam bastante animados com a conversa. Eu, preocupada com a demora do ônibus, a princípio não dei atenção. Em seguida percebi que encontrara uma ocupação, um momento de análise e pura diversão.

Sotaques claramente diferentes. Os três conversavam sobre tudo que os jovens conversam: viagens, namoros, baladas. Comecei a prestar atenção quando percebi que o termo “véi” aparecia três vezes a cada cinco palavras. Palavras ditas pela metade, de forma chiada e arrastada, dificultavam o meu entendimento apesar deles estarem praticamente grudados em mim.

Naquele momento lembrei minha terra distante, minha querida São Luís, já conhecida antes como “Atenas Brasileira” e tema de debate entre os estudiosos da língua, apontada por alguns como a cidade que melhor fala o português. Claro que, com o processo natural do desenvolvimento, essa característica vai se perdendo por causa da mistura de povos. Mas, na capital maranhense, até hoje é possível compreender uma conversa entre jovens. Talvez, por isso, o meu estranhamento ao ouvir aquele “debate juvenil”.

Voltemos à conversa. Concentrei-me nas palavras ditas em volume médio para tentar entender a mensagem final. Mais como um passatempo útil e “educativo”. Às vezes me perdia no contexto da fala porque ficava tentando entender a frase anterior. Porém, os três conseguiam se entender perfeitamente. E eu me sentia jogada no centro de Tókio.

E a conversa seguia com “tá de boa”, “tá ligado”, “carai”, “mina”, jogados em meio a outros vocábulos encolhidos. Isso quando não saia algo do tipo “os finalista”. Coisa de jovem? Aí aproveitei a oportunidade para aprender significados que poderiam me servir depois, já que sou uma pessoa que, no momento, preciso pedir informações constantemente. Descobri, por exemplo, que “bicho” é “sinônimo” de ônibus e “arroizou” é alguém que não “pegou” ninguém na festa. Bom, mas tal qual é normal em situações como esta, nem tudo me foi compreendido. Incluo neste item o trecho 'Essa parada é “paia”'... bom “véi”, essa, até agora eu não consegui descobrir.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Palavras de Homenagem

Mãe, hoje eu senti saudade
Lembrei seu sorriso, seu afago
Seu jeito de falar a verdade
E mostrar as minhas escolhas erradas
Recordei nossos bons momentos
As reuniões de família na casa da vó
O natal na época de infância
Quando me dava os presentes do velho Noel
E me fazia acreditar nas mais belas fábulas de criança
Lembrei com um sorriso saudoso
A sua dança com o pai em nossa sala
Bailando a música que cantava o amor
O mesmo amor que me gerou e tanto me ensinou

Mãe, hoje eu amanheci lembrando
Das manhãs que lhe acordei cantarolando
Ao lado dos meus irmãos queridos
Pra lhe fazer singela homenagem
Escrevi cartinhas com palavras mal escritas
Mas sei que ainda as guarda como tesouro
Por vezes desejo tanto estar ao seu lado
E sentir-me novamente criança
Ter seu carinho, sentir seu amor
Falar-lhe das dores do meu coração
E dos sonhos que movem minhas ações
Ensinaste-me tantas coisas importantes
Valores e princípios que me acompanham
O significado da palavra humildade
Sentimentos que muita gente desconhece
Seus sábios ensinamentos minha mãe
Moldaram minhas atitudes e pensamentos
Ao lado do pai sempre foi guerreira
Meu exemplo de força e superação

Mãe, o tempo passou tão rápido
E veja só, eu estou crescida
Tentando me tornar menina adulta
O destino me colocou longe dos seus olhos
Mas jamais vai lhe colocar longe do meu coração
Como quando menina, ás vezes sinto medo
De dar algum passo sozinha e, sem apoio, tropeçar
Mas ouço a sua voz e me sinto fortalecida
Sigo devagar até aprender a andar
Nunca penso em desistir do meu caminho
Porque sei que esta fora a estrada a mim destinada
Coragem e perseverança também me foram ensinadas

Mãe, serei sempre dependente do seu amor
E do aconchego da nossa casa
De estar com o pai e os irmãos
Das conversas no meio da sala
Recordar é desejar reviver o passado
E trazer pro presente antiga felicidade
Eu a amo tanto que não consigo expressar
E hoje tanto tenho a agradecer
Obrigada mãezinha querida
Minha linda flor divina
Rainha do lar e minha heroína
Pelas noites mal dormidas
Por seu amor infinito
Obrigada por ter me dado a vida.

domingo, 13 de setembro de 2009

Formas de Paixão

Não há quem viva neste mundo sem nunca ter experimentado uma paixão. Homens e mulheres vivem, constantemente, a experiência de se apaixonar. Os primeiros quase nunca afirmam que já viveram ou vivem uma paixão. Enquanto as mulheres, em estado de êxtase, fazem questão de mostrar tamanha felicidade. Há quem diga que os homens agem assim para se proteger, enquanto que as mulheres se sentem protegidas justamente por mostrarem ao mundo que estão apaixonadas.

As pessoas apaixonadas, no entanto, podem chegar a dois extremos: a idolatria ou a violência. Os dois extremos são perigosos a todos que fazem parte de uma relação amorosa. Ambos são formas de exagero. A idolatria esconde no fundo uma fraqueza: a submissão. Já o crime passional reflete a cegueira que se apossa do apaixonado.

A fraqueza que envolve o apaixonado acaba o deixando com sensações negativas, com sintomas de baixo astral e não se permite gostar de outra pessoa. Desta maneira, se esconde atrás de um sentimento prejudicial e tudo que faz é em prol do outro.

Já, os que não enxergam mais nada em seu caminho não admitem perder, se agarram ao apaixonado e não permitem que alguém atrapalhe a relação. Passa a transformar a convivência em uma prisão que não há porteiras de saída e muito menos de entrada. Qualquer comportamento estranho do outro é motivo para ameaças, muitas vezes usando de declarações chantagiosas.

Porém, é preciso que se entenda que nem sempre a paixão é vista como algo trágico, já que para a maioria das pessoas ela não passa de um estágio ainda imaturo do amor. É aquele primeiro momento onde há aquela troca de olhares, os corações pulsam mais forte na presença do outro, as mãos geladas não conseguem ser disfarçadas e as palavras saem sem nenhuma ordem de coerência. Sintomas que desaparecem com o passar do tempo, com a convivência e a consolidação de um sentimento calmo e eterno.

domingo, 6 de setembro de 2009

Perdão

Perdoe os meus pensamentos
Que a fim de findar meu sofrer
Te buscam em nossos curtos momentos
E exalam, em silêncio, todo o meu querer

Perdoe os meus lábios
Não sabem o que é pecado
Agora, tanto e irrefreáveis
Desejam te beijar em lugares inusitados

Perdoe a minha emoção
Já não posso controlar
Há muito se esqueceu da razão
E vive assim, sonhando te amar

Perdoe, enfim, este coração
Anos de histórias mal resolvidas
Mas, veja só, não aprendeu a lição
Prefere viver cada paixão que encontrar nesta vida.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Foi assim...


Ela pára e pensa
Recorda cada detalhe
Solta os cabelos, arruma a maquiagem e sorri
Caminha por um tempo
Canta para relaxar
Entra por uma porta estreita
Errado
Segue para segunda entrada
No salão uma música
Traz mais lembranças
A moça da recepção a pede para esperar
Ela espera. Pensa. Recorda. Espera.
Ansiedade
Alegria
Incertezas
E ela espera mais
Momentos depois, o reencontro
Ela entra cuidadosamente
A sala cheia
A cadeira vazia
O tempo perdido
Sorri
Coração apertado
Caminha de volta. Lentamente
Não pensa em nada
Nem quer entender
Caminha de volta. Desta vez em silêncio
E não olha para trás.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um conto

Quando eu fecho os olhos
Ele está em meus pensamentos
Faço planos
Recordo nossos bons momentos
Suas palavras doces
Seu sorriso puro
Jeito de moleque
Toque de barba crescida
Um vento
Sem rumo e sem dono
Passa por muitos
Não pára em lugar algum
Um sonho que termina
Um passado sem futuro
Eternizado na memória de quem viveu
De quem amou
E sentiu a força de um sentimento
Intenso
Sincero
Passou
Agora, eu e a solidão
Da janela do meu quarto observo a rua
Do céu a lua me faz companhia
Ilumina a minha face
E sussurrando compartilha
“Eu também tenho um amor passageiro
Sei como é estar sozinha
O sol me tem por alguns instantes
Depois me deixa aqui, suspirando... até a próxima penumbra”.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Amor sem limites

Um encontro sem hora marcada
Uma história que ninguém pode impedir
Paixão nos olhos
Música para embalar nossos corações
A força de um sentimento
Não se pode negar
Brilha nas estrelas
Aquece a vida


As horas do meu tempo, agora, são para você
Aqui ou em qualquer lugar
O sonho não acabou
Na verdade, apenas começou
Renasce a cada pôr do sol
E ganha forças com o brilho da lua
A saudade invade meu pensamento
Todos os dias
A todo tempo

Eu te amo
Sem limites
Sem fronteiras
Meu coração à tua espera
E eu nunca me senti assim
Um amor puro
Sem regras... sem limites... sem fronteiras
E quando o sol nascer
Eu e você

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pôr do Sol em São Luís


Now I've had the time of my life
No I never felt like this before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to you
'Cause I've had the time of my life
And I owe it all to you
I've been waiting for so long
Now I've finally found someone
To stand by me
We saw the writing on the wall
As we felt this magical
Fantasy
Now with passion in our eyes
There's no way we could disguise it
Secretly
So we take each other's hand
'Cause we seem to understand
The urgency
Just remember
You're the one thing
I can't get enough of
So I'll tell you something
This could be love because
I've had the time of my life
No I never felt this way before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to you
Hey, baby
With my body and soul
I want you more than you'll ever know
So we'll just let it go
Don't be afraid to lose control, no
Yes I know what's on your mind
When you say, "Stay with me tonight"
Just remember
You're the one thing
I can't get enough of
So I'll tell you something
This could be love because
I've had the time of my life
No I never felt this way before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to you
But I've had the time of my life
And I've searched through every open door
Till I found the truth
And I owe it all to you
Now I've had the time of my life
No I never felt this way before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to you
I've had the time of my life
No I never felt this way before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to you
'Cause I've had the time of my life
And I've searched through every open door
Till I found the truth
And I owe it all to you...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Indefinido

É sentimento
Agora percebo o teu carinho
Sinto a tua presença na tua ausência
Em pequenos gestos
Em poucas palavras
Quando me liga
E me pega distraída
E me faz bem
Palavras soltas
Preocupação
Saudade
Fico feliz ao saber que estou em teus pensamentos
Agrada meu coração
Alegra a minha alma
Idas e vindas da vida
Nas curvas da estrada te encontro
E reencontro
Com o mesmo sorriso
A mesma paciência
E a incerteza do indefinido
Juntos vamos ao ponto mais alto
E nos perdemos
E quando penso que o fim chegou... recomeçamos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A falta que um amigo faz

Uma amiga me pediu para eu falar da importância da amizade. Até então esperei a inspiração chegar para escrever algo bonito. Mas hoje, diante da atual situação, resolvi escrever o que me vier na cabeça, na intenção de prestar uma homenagem especial aos meus amigos. Pode até não ficar bonito, mas será bastante sincero.

Hoje, mais do que nunca, percebo a importância da amizade na minha vida.

Neste mundo tão grande conhecemos tantas pessoas, em tantos lugares. Pessoas brancas, negras, divertidas, ricas, pobres, tristes, caladas, vitoriosas. Cada uma com o seu jeito de ser e seus valores. Mas amigo, amigo de verdade, que a gente sente e sabe que pode chamar de amigo, não encontramos em qualquer lugar.

Hoje eu estou recomeçando a vida. É como se eu zerasse os ponteiros e reiniciasse meus planos, meus sonhos e tudo o mais. Inclusive, as minhas amizades. Este é o momento de reconhecer novos amigos, já que com a largada dos ponteiros, deixei pedaços de mim espalhados por onde passei. E agora, mais do que nunca, os reconheço.

Meus amigos serão sempre meus amigos, onde quer que eu vá. Amigo de verdade é para sempre, pois como diz a canção “Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam não”.

E é, justamente, quando essa distância chega que percebemos a falta que uma amizade nos faz. Falta de alguém para dividir os dias, as loucuras que fizemos ou somente pensamos; ninguém para contar os sentimentos, falar dos medos, dos planos para o dia seguinte; não ter para quem contar os nossos segredos, nossas tolices, inseguranças; rir das aventuras, dos momentos alegres, enfrentar, juntos, as dificuldades; alguém para não falar nada, apenas ficar ao lado para dar e ter a certeza que não estamos sozinhos.

Então, qual é a importância da amizade? Para os outros eu não sei, mas eu concordo plenamente com Vinícius de Moraes quando ele diz “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos”.

Hoje eu vejo a importância que eles têm em minha vida. Mesmo longe estão sempre presentes, lembrando-me que existem e que eu não estou sozinha. Sentimento sincero que a distância não apaga.

Quando estão perto são meu conforto, minha alegria.
Quando estão longe são a minha fortaleza, uma saudade.
E só eu sei a falta que eles me fazem.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Novo caminho


Não mudaram os sonhos
Os planos ainda são os mesmos
Mas alguma coisa aconteceu
O clima mudou
A vida mudou
Mudanças aconteceram
Agora os dias são de saudade
E esperança
É estranho acordar
Enfrentar as diferenças
Um rumo existe e... desaparece
Lágrimas no rosto
Sangue pulsando no coração
Desafios pela frente. Muitos. Diários.
Mas uma certeza cá existe
Nada é em vão
A estrela não apagará
Sigo com a razão
Busco forças escondidas
Agora, descobertas
Reencontro amigos
Descubro as ilusões
Menina perdida no tempo
Mulher superando seus medos
Ainda, o primeiro passo
De um caminho longo
Desconhecido
Mas não impossível de ser desbravado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Estado em Crise

Abro aqui um parêntese para registrar um pensamento que há muito eu já deveria ter concretizado.

Meu Maranhão de tambores, encantos e riquezas, atualmente é tomado pelo caos político que virou notícia em todo o Brasil. O povo maranhense, hoje, tem que tolerar uma mudança de governo inédita e indesejada. Um golpe que fora planejado com frieza e por quem só visa o poder, somente para ter a satisfação de mostrar para o mundo quem manda no Maranhão.

Agora somos obrigados a tolerar uma “guerreira” cheia de promessas, as mesmas feitas há mais de quarenta anos por seus antecessores, sem que nenhuma fosse cumprida. Ela, que agora posa como a salvação da pátria, a solução para os problemas sociais que a própria família dela contribuiu para que existissem, pois nem quando o seu genitor foi presidente (diga-se de passagem, que ele foi presidente sem, também, ser eleito pelo povo brasileiro) conseguiu melhorar a vida dos maranhenses.

Vê-la ocupar o governo nos faz repensar a importância do voto, que tanto nos preocupamos em manter para conservarmos a democracia. E, de repente, alguém se acha no direito de nos tirar este direito. A sensação é que, simplesmente, tivemos a nossa opinião descartada, a decisão do Maranhão jogada no lixo por um clã que usou todo o seu poder político para mostrar ao mundo que, ainda, somos terra de coronelismo, sem direitos e vontades.

É ele, o varão da família, dono da mídia predominante no Estado que só se preocupa em mostrar os defeitos e erros dos outros políticos e enaltecer cada detalhe de seus protegidos, tentando convencer os pobres e ignorantes que, o melhor para o desenvolvimento do Maranhão, é a permanência deles no poder.

E o que nós, humildes cidadãos, podemos fazer diante de uma situação como esta? O movimento Balaiada se ergueu, mas não teve forças suficientes para impedir o mando e desmando deste coronel inconformado com a derrota da última eleição. Há quem diga que até a natureza se revoltou com tamanha prepotência e alagou as terras maranhenses, para mostrar seu descontentamento e dificultar o trabalho desta ocupante temporária do Governo do Maranhão.
Já ouvi quem diga que nunca mais participará de uma eleição no Maranhão, já que não adianta agir contrário aos desejos do senhor todo poderoso; alguns dizem que simplesmente anularão seu voto; outros afirmam que não deixarão de exercer o seu papel de cidadão e continuarão na luta pela conquista da democracia.

Eu fico com esta última opinião. Sei dos riscos, mas não vou desistir do meu Estado. Ainda quero ver meu povo liberto das garras deste poder, quero olhar para trás e saber que não foi fácil, mas com determinação foi possível vencer esta luta. Quero, também, contar esta história aos meus filhos e netos, descrever cada batalha e o êxito da vitória. Uma guerra que o maranhense venceu sem pegar em armas, apenas exerceu o que lhe é de direito e, dignamente, usou o poder do seu voto para derrotar a família Sarney no Maranhão.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pensamento Solto

"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "


Antoine de Saint-Exupéry

sábado, 25 de abril de 2009

Fuga sem razão

Para quê negar que eu penso em você
Do meu jeito, sem jeito
Por que fingir que não estou vivendo assim
Fugindo de mim, tentando me encontrar
Como desviar dos sonhos que chegam inesperados
E buscar sentido para ações antes não pensadas

Para quê procurar razão
E mentir que não torço pra rever, reviver você
Meu amado, amigo
Agora quanto mais eu fujo do meu pensamento
Mais eu te encontro em detalhes da vida
Esta vida que passa e quando a gente vê, passou

Por que não querer ver que nasce de um encontro
Uma história que ninguém conhece o enredo
Água que rega uma nova semente
Dando um teco de realidade ao sonho dessa tal felicidade

E agora, para quê temer a dor sem arriscar o futuro
E acabar por impedir aquilo que pode ser a eternidade
Para quê explicar o que não tem explicação
E ignorar o descompasso do meu coração
Não ver este brilho novo em meu olhar
Deixar o medo...
Ah, o medo... dominar
Temer perder antes mesmo de ganhar

Sei, posso um dia olhar para o lado e não ver você
Momentos que foram compartilhados, palavras ditas por dizer
Pertencentes a uma doce e frágil história de ilusão
Ou talvez aconteça e a vida me faça a surpresa de um amor sem fim
Não antes imaginado, nem feito de promessas não cumpridas

Então, para quê ponderar minhas atitudes, meus sentimentos
As consequências dos meus atos, bem ou mal, a mim farão
São frutos da busca dos riscos vividos sem razão
Os desejos do meu ser teimoso e inquieto, vividos do meu jeito
Catando carinhos e motivos pra fugir da solidão
No fim de tudo, a lição de um desafio aceito
E a certeza que nada, em momento algum, foi em vão.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Pensamento Solto

E mesmo que um dia eu fique em silêncio, este silêncio comunicará os sentimentos mais sinceros que existem dentro de mim; e a quem os pertencer, este silêncio será suficiente para me fazer entender.

sábado, 21 de março de 2009

Minha Estrela

Era uma noite sem luar. Enquanto eu viajava nas histórias dos meus pensamentos, olhei para o céu distraidamente. Uma estrela brilhava lá no alto. Uma estrela que brilhava forte, mesmo tão sozinha naquele céu escuro; mesmo sendo tão pequena. Concentrei meus olhos naquela luz distante e tive a leve impressão que ela também olhava para mim.

E, agora, parecia ter me enfeitiçado. Pensei, então, se mais alguém, em algum lugar do mundo, estaria olhando para ela ou se aquele momento era privilégio apenas meu. Olhei para os lados, ninguém a percebia. Sorri, sentindo a vitória de uma conquista, uma paquera bem sucedida.

Será possível alguém se apaixonar por uma estrela? Pensei. Elas ficam lá no alto, tão longe do mundo real. E por quê tenho a sensação que esta é especial? Já vi tantas outras, bem maiores, aparentemente tão mais encantadoras. Por quê esta?

Talvez seja este brilho diferente ou a maneira como ela consegue parecer estar ali, tão perto de mim, mesmo tão longe; Quem sabe seja a forma como ela parece me entender ou, melhor ainda, proteger-me.

Volto para casa. Meu pensamento é único. Um sentimento inexplicável, que eu tento entender, mas imediatamente percebo que vai além dos meus entendimentos. Magia? Encanto?

Antes de deitar, a vejo mais uma vez da janela do meu quarto. E deito com a sensação de ser observada. Durmo em paz.
Na noite seguinte, a procuro novamente no céu. E, agora, a procuro todos os dias. Necessidade de senti-la mais perto de mim.

Às vezes, uma nuvem impede o nosso reencontro.
Outras vezes, não a vejo sozinha, pontos de luz por todo lado a acompanham.
Porém, eu a reconheço. Pequena e brilhante. Como nunca. Como sempre.
Inconfundível.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Participação Especial

E aqui está mais uma participação especial neste humilde blog que, a cada dia, recebe visitas mais ilustres e fica mais nobre ainda com a participação de colegas jornalistas, que o enriquece com belos textos.

Então, diretamente do Ceará, eis o amigo, Chico Piancó Neto. Apreciem!

Torrencial
Torrencial é a chuva que acontece
Como se chovesse lágrimas de amor
Fosse a chuva minha parceira
Nos desagrados que o seu desafeto me fez

Choramos juntos, a chuva e eu
Como se ela sentisse o que se passou
Talvez, torrencialmente, nem só por mim ela chore
E sim por todos os desapaixonados
Que juntos, sofrem as desventuras de um desamor

Depois da tempestade, vejo um raio de sol
O começo de algo novo, inesperado
Um sentido no caótico que passou
Um sopro de luz, frente à tanta escuridão
Será aquele sorriso daquela menina nova?
Rezo pra dessa vez não chover de novo...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Teu Olhar


Encanto
Mistério
Sedução
Ah, esse teu olhar
Busco a paz que neles encontro
Vejo sonhos, enxergo desejos
Uma luz que envolve sem tocar
Reflete a esperança
Atrai pensamentos
Capaz de invadir sem pedir licença
Mostra a intenção que há sem precisar falar
Penetra outros olhares como um raio de sol
Duas esferas escuras que brilham na escuridão
E quando os vejo através dos olhos meus
Batidas mais fortes disparam o coração
Percebo o som da tua presença ao se aproximar
Um feixe de luz que chega e, minha alma alimenta
O arrepio toma conta do meu corpo e me deixa a mercê
Olho no olho
Sentimento que chega
Em teus olhos vou me perder de vez
E fechar os meus para enxergar você

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Não digo adeus, amigo

Uma partida é sempre sinal de despedida
Agora eu me vou por caminhos a desvendar
Levo comigo uma bagagem de sonhos e esperanças
Deixo o passado e aquilo que não me fez ficar
Mas um dia, meu amigo, eu quero te encontrar
Nos versos de uma poesia
Ou na letra de uma canção
Ou, quem sabe, encontro-te ao reviver alguma emoção
Sentimentos que brotarão ao lembrar nossos momentos
Quando vivemos as vitórias que almejamos
Ou choramos a derrota daquilo que sonhamos
Reencontrarei você
Meu amigo de todas as horas
Meu amigo de idas e vindas
Meu amigo de palavra e silêncio
Meu amigo que pensei ser só meu
Um dia, amigo, nas minhas lembranças irei te buscar
Lembranças de quando vivemos os desafios da vida
E descobrimos que já não éramos aquelas crianças
Encontrarei-te ainda ao reviver o passado
Nos registros impressos que fizeste ao meu lado
Largados naquela velha caixa onde tenho nossos tolos segredos guardados
Vou te encontrar em cada linha das mil cartas que trocamos
Nas quais falávamos de alegrias e tristezas
E hoje as tenho para não esquecer as nossas loucas confidências que revelamos
Então, posso ir para não mais voltar,
Descobrir mundos, refazer planos
Mas eu sei, meu amigo, que no futuro irei te encontrar
Pode ser perto, amanhã talvez
Ou quem sabe em um futuro mais distante
O que tenho aqui comigo será sempre mais importante
Por isso, como amigos, vamos dizer apenas até breve
E nunca adeus
Por que sei, há de acontecer nosso reencontro.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Loba

Como amante declarada da Música Popular Brasileira, faço uma homenagem à cantora maranhense, Alcione Nazaré, que com esta letra conseguiu falar muito bem de mim :)

A Loba
Alcione

Sou doce, dengosa, polida
Fiel como um cão
Sou capaz de te dar minha vida...

Mas olha não pise na bola
Se pular a cerca eu detono
Comigo não rola...

Sou de me entregar de corpo e alma na paixão
Mas não tente nunca enganar meu coração
Amor pra mim
Só vale assim
Sem precisar pedir perdão...

Adoro sua mão atrevida
Seu toque, seu simples olhar já me deixa despida
Mas saiba que eu não sou boba
Debaixo da pele de gata eu escondo uma loba...

Quando estou amando eu sou mulher de um homem só
Desço do meu salto, faço o que te der prazer
Mas, oh! meu rei
A minha lei
Você tem que saber...

Sou mulher de te deixar se você me trair
E arranjar um novo amor só pra me distrair
Me balança mas não me destrói
Porque chumbo trocado não dói
Eu não como na mão de quem brinca com a minha emoção...

Sou mulher capaz de tudo pra te ver feliz
Mas também sou de cortar o mal pela raiz
Não divido você com ninguém
Não nasci pra viver num harém
Não me deixe saber ou será bem melhor pra você
Me esquecer...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A estrada que me leva para casa

Voltar para casa depois de um dia de trabalho é um momento único. Limito-me a falar da volta, pois a ida é sempre a mesma coisa: óculos escuros, fones de ouvido e uma soneca gostosa de trinta minutos. Por isso, sem muitas histórias.

A volta não, é sempre marcada por uma cena, um acontecimento novo. O ônibus sai às 17h, em ponto. Nunca preenche todas as poltronas e, como sou uma das primeiras a entrar, tenho a liberdade de escolher o local que melhor combinar comigo naquele dia. Minha preferência é pelas últimas cadeiras, claro, nunca fui uma pessoa que se sente à vontade na primeira metade do ônibus. Além de considerar importante o fato de aproveitar este momento para dividir o dia com os companheiros de viagem, que estão sempre lá, aguardando as novidades, prontos a contar alguma piada, com um lanche especial ou um jogo novo de cartas. Acreditem, isso acontece.

Antes, eu sentava sempre à direita, acho que uma escolha pessoal e sem motivos. Talvez, mania de destra. Hoje, percebi que pode ser bem mais divertido se cada dia eu escolher um lado diferente, afinal serão paisagens diferentes, momentos diferentes. O percurso é grande, quarenta a cinqüenta minutos. 18 km são de BR e, devo confessar, este é o melhor pedaço da viagem.

No primeiro momento eu sento, inclino a confortável poltrona e deixo meus pensamentos me levarem. Aos poucos, todos vão chegando e já puxando assunto, geralmente o do momento: o próximo feriado, o novo romance da fábrica, a substituição de funcionários, o evento do ano, a crise econômica.

E a viagem segue. Há aqueles dias que, em meio à conversa agitada, o ônibus começa a parar e, ao olhar para frente, observamos uma fila quilométrica de carros. Mal sinal. No mínimo algum acidente inimaginável de carros descontrolados ou ciclistas desavisados. Na maioria das vezes acertamos. Todos se jogam para o lado que a confusão acontece para ver tudo de perto, é instintivo. Comentários do tipo “nossa, coitado!” ou “será que morreu?” são inevitáveis. O melhor de todos é daquele que correu para bem perto da janela e disse “não quero nem ver”. Então por que se esforçou tanto?

Ainda outro dia, a “atração” ficou por conta de um acidente incomum. No fim de um morro de beira de estrada, um corpo. Um homem caiu de uma escada feita de barro, pequena, mas mortal para um senhor que aparentava ter mais de setenta anos. A vida, como sempre, mostrando-nos sua fragilidade.

Sem falar das manifestações dos moradores das comunidades. É sempre um show à parte. É um desce e sobe de ônibus, um desvio por uma estrada mais longa, um que insiste em seguir, outro que volta dali, telefone que toca, jornalistas que chegam. Confesso que nestas horas eu me sinto em um filme policial, só na expectativa da próxima cena.

Outras vezes a volta é apenas mais um dia como os outros. Pelo menos para a maioria dos passageiros. Eu, olhando através da janela, vejo de tudo. O casal de estudantes que namora embaixo da árvore, crianças jogando bola no terreno baldio, o trem que apita de longe para avisar que está passando, famílias que aguardam o horário de visita na penitenciária, o sol, a chuva, o tempo.

Além disso, escuto. As conversas no banco da frente (não por curiosidade, mas para ver a vida dos bastidores), os acenos dos meninos quando no veem passar (alguns sempre fazem uma festinha particular), as sirenes indo e voltando (polícia, ambulância, corpo de bombeiros), o silêncio (que muitas vezes diz mais que mil palavras), a brisa (esta eu ainda estou aprendendo escutar).

Observando tudo isso, momentos de reflexão são os que mais acontecem. E, em um destes momentos, parei e pensei. Tantos quilômetros rodados, tantas idas e vindas. Aparentemente, o mesmo caminho, com histórias longas, tristes, alegres, verdadeiras, ilusórias... mas a verdade é que olhar para esta estrada é como olhar para a vida. Parece ser sempre a mesma, mas todos os dias ela tem algo novo para se contemplar. Só depende de como cada um pára e olha para ela.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Anjos

Sempre costumo pensar acerca de existências que todos questionam. Existências que as pessoas carregam dúvidas e gostariam de esclarecê-las, coisas do tipo fantasmas, céu, paraíso, anjos. Todos têm o direito de acreditar no que quer, de defender sua crença sem que necessariamente esta esteja de acordo com o que os demais acreditam e, assim, viver certo de suas descobertas.

Eu, particularmente, acredito que existe um lugar bem melhor que este, onde reine a paz e o amor e que nos espera assim que deixarmos esta vida. Acredito, também, que existem anjos.
É sim, anjos!

Olhe ao seu redor. Perceba que cada pessoa tem algo a fazer, alguém para cuidar, um caminho para seguir, uma vida para viver. Pois é, acredito que existem pessoas anjo. Anjos que entram em nossas vidas no momento em que precisamos, sabem agir conforme a situação e estão sempre por perto.

Pessoas que surgem assim, meio que de repente, encantam, fascinam e, às vezes, de forma discreta vão se ajustando às nossas vidas; Sabem ser amigas, companheiras e, através de um olhar, por meio de palavras, gestos ou até mesmo com um simples abraço, sempre encontram uma forma de ajudar.

Entretanto, estes anjos são sempre imprevisíveis. Nunca sabemos qual será o destino deles em nossas vidas.

Alguns podem se adaptar aos poucos, tornando-se alguém indispensável e assim ficar para sempre; outros, por motivos que muitas vezes desconhecemos, criam asas e voam, ficando apenas as lembranças, deixando apenas a saudade que fica em nosso peito e cala a nossa voz.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Onde estará Janaína?

Menina Traquina

Onde estará Janaina?
Já procurei por toda esquina
Dizem que ela foi atrás de estripulia
Eu acho que ela foi para folia
Ela não tem eira, nem beira
Mas não bateu a cabeça na quina
E já pela manhã, sem muita calma
Seus amigos a esperam na rua da palma
Essa menina é malandra
Tava no roots, ela não engana
Por isso a chamam de Jana Cana
Janaína
Onde estará você?
Me chama... me chama...

Autoria compartilhada.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Participação Especial

O texto abaixo foi escrito por este já conhecido e querido escritor, Leylelis. Palavras sinceras que falam por si só. Esta publicação é inédita, o que muito me lisonjeou, e agora faz parte da história deste blog. Apreciem.



Manca-te
leylelis

Quando mais quero, perco a inspiração do texto.
Tento explicar o que não se explica, porque simplesmente se sente.
Vejo que a frieza ajuda a boa poesia.
Pode-se escrever sem medo de revelar incertezas.

Dói mais não estar inspirado, mas há algo de errado.
Lembro que há pouco tempo, senti-me em casa abraçado.
Momento tão bom que não poderia acabar tão rápido.

O tempo passou sem incomodar, porque não havia relógios.
Havia a chuva, o vento, a chuva.
Porém, graças a temperatura aquecida nem frio se sentia.

Na velha construção histórica há o descompasso que nos deixa inspirado.
Capaz de descrever o que há de errado.
Que é errado querer compreender o que é revelado por estar contigo.

Volto a me perguntar porque não me manco e me acalmo.
É só ouvir palavras leves que parecem perder a força no final de cada frase.
Elas me lembram do sorriso, desse algo errado, que inspira aquele, que não estava até então inspirado.
E me lembram que é tão bom errar que acerto.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Saudade

Uma das primeiras poesias escritas na adolescência:

Que sentimento é este
Que me invade noite e dia
Que está a passear em meu ser
E nele fazer moradia?

Que sentimento é este
Que a mim maltrata deste jeito
Que me entristece e teima
Em permanecer em meu peito?

Que sentimento é este
Que me faz, a toda hora, em você pensar
Que contribui para a solidão me fazer companhia
E me leva ao passado para os nossos momentos recordar?

Saudade
É este o sentimento
Que sinto neste momento
Que me faz rir e agora permite
Que você não saia do meu pensamento.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Oportunidade

Ih, lá vai ela
Entre aplausos e assobios
Ela vai cantarolando, toda sorridente
Há quem pare só para vê-la passar
Há quem nem sequer percebeu tanta alegria caminhando entre aquela gente
E ela? Hum, ela vai tão linda e esvoaçante
Uma dama cortejada pelos andantes
Alguns a seguem na esperança de alcançar
Outros ficam à espera de um dia vê-la voltar
E ela? Ela tenta ser notada
Faz questão de ser extravagante
Quem aproveita a oportunidade sabe agora o que é felicidade
Quem não, continua a viver triste os seus dias
Como antes.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um dia eu escrevo uma poesia

Este texto é oferecido ao meu amigo jornalista Leyberson, pois foi ele quem pediu para eu escrever uma poesia... e eu tentei.


Hoje vou tentar escrever uma poesia
Palavras que falem sobre algo ou alguém
Versos que discorram sobre mim ou sobre a vida
Desta que tenho ou a que imagino ter
Posso então falar da infância que tive
Com as minhas bonecas falantes e brinquedos montados
Ou então, quem sabe, declaro meu amor por esta ilha em que nasci
São Luís
Onde aprendi a ser quem sou
Talvez uma menina, ou quem sabe uma mulher
Com frases entranhadas na veia
Tentando externar meu jeito meio poeta
Nesta Ilha Magnética que me criou
Quem sabe eu lembre um sentimento escondido
Uma paixão não revelada por alguém que me encantou
Com palavras, com gestos ou com um simples ato de desejo
Veio, foi e em minhas lembranças ficou
Posso também relatar a vida com a minha família
Entre defeitos e perfeitos
Encontro braços, tenho aleito
Amigos... inimigos... vida... morte...
Ah, pensando bem, posso falar de tanta coisa
São tantos momentos já vividos
E vividos com intensidade
São tantos amores correspondidos
E tantos ignorados
Já foram lágrimas por perdas profundas
Ou perda nenhuma
Já foram risos e risos de alegrias, emoção
Ou sorri simplesmente por educação
Já sonhei acordada com um dia especial
E já sofri amargurada com o meu destino
Dei voltas, voltas e cai na rede da vida real
É, eu posso sim escrever uma poesia
Posso até escrever mais de uma
Mas elas sempre terão o mesmo foco
Sentimentos que fazem parte da vida
Sentimentos de amor e ódio
Saudade e compaixão
Sentimentos fáceis de viver
Vivos, mortos ou adormecidos
Almejados ou involuntários
Porém, sentimentos extremamente complexos para escrever
É necessário um pouco de tempo e espaço
É preciso paz e concentração
E neste mundo de idas e vindas, reencontro você
Você que me trouxe incentivo
Despertando em mim o que talvez seja vocação
Você, que me inebriou com pensamentos
E me trouxe o que mais preciso
Inspiração
É, talvez agora eu escreva uma poesia
Palavras em forma de versos ou canção
Uma poesia
Sentimentos declarados em linhas
É... talvez eu a escreva algum dia.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Tristeza, a felicidade existe!

Texto entitulado por um "piqueno" grande amigo, Leyberson Pedrosa:

Tristeza, a felicidade existe!

Com certeza você já acordou algum dia achando que aquele seria só mais um dia como outro qualquer. Um daqueles dias que a gente tem vontade de ficar na cama, dormir por horas e não ter que olhar para ninguém, simplesmente por que sua vida está uma mesmice e o astral está em baixíssimo grau. A nostalgia que a sua vida está faz perder a graça tudo que lhe cerca... coisa chata é estudar, um saco trabalhar e, pior ainda, é deparar com pessoas que sorriem pelas mínimas coisas e acham que você também tem que sorrir junto.

E são vários os motivos que deixam uma brecha para essa tristeza toda chegar: é um ente querido que se foi, um amigo que lhe decepcionou, uma viagem que não deu certo, o emprego que não chega... É, são muitos os motivos, mas o motivo que mais consegue fazer com que tudo, mas tudo mesmo, perca a graça, é a perda de um amor, ou a falta dele.

Já ouviu alguém chamar aquele ou aquela stressadinha da turma de “mal amado”? É que de tudo que causa o mau humor, o pior motivo é a falta de amor. Tudo bem, diga que você tem mãe, pai, irmãos e milhares de amigos que estão sempre lhe dando muito amor, mas fala a verdade: quem não sente profundamente a falta de carinhos, declarações e beijos de alguém que não seja seu pai, sua mãe, seus amigos ou qualquer pessoa que não vá lhe pedir em casamento? Estará mentindo quem diz que é feliz sem um amor para amar e ser amado.

Ah, essa tristeza! A falta de um sorriso sincero, de um gesto de alegria. Ela não desiste de acompanhar quem facilmente se deixa levar por esses problemas afetivos. E o tal de amor próprio, onde fica? Acordar cedo e achar que o dia é novo e tudo pode acontecer pode ser o primeiro passo. Depois, arrume-se para trabalhar, estudar ou seja lá para onde quer que vá como se tivesse a certeza que alguém bem especial vai cruzar seu caminho.

Fique por alguns minutos em frente ao espelho e deixe que o narcisismo tome conta de você, perceba cada detalhe do seu rosto e o quanto são importantes, por menores que sejam. Diga frases bonitas, lembre daqueles momentos felizes que já viveu, sorria de você, ouça o canto dos pássaros, repare na vida das outras pessoas e, por mais egoísta que isso pareça, veja como todo mundo tem problemas e muitos são bem piores que os seus.

É certo que se entregar à tristeza por alguns instantes ou até um dia é bom. Não para se sentir a pior pessoa do mundo e achar que a sua vida não tem mais jeito, mas para perceber que nem sempre as coisas saem do jeito que queremos, para refletir em cima de nossas atitudes e aprendermos a dar valor no menor momento de felicidade. Já li uma frase de um poeta que dizia que “a tristeza tem a esperança de um dia não ser mais triste não”, por isso ajude-a... mostre como ela pode ser feliz.

Aquele amor que se foi não vai demorar a voltar. Pode até vir com outra pessoa, mas um dia vem. E aquele que ainda não chegou, também está à sua procura, mas você precisa estar bem para recebê-lo. Não deixe que a tristeza o espante e você nem perceba que ele passou. Aí os outros problemas são superados com mais tranqüilidade, afinal, com amor tudo fica mais confortante.

Felicidade? Ela existe!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Pessoas

Pessoas
Que chegam sem avisar e vão sem pedir permissão
Que entram em nossa história e montam mais um capítulo
E na página seguinte já não estão lá

Pessoas
Que vem
Vão
Ficam
Voltam
Ou não voltam mais

Pessoas
Que nos conquistam com um olhar
Nos fascinam com palavras
Nos perturbam em pensamentos
E tornam-se especiais apenas em um momento
E são lembradas eternamente

Pessoas
Estão sempre por perto sem estar lá
Encantam sem nada fazer
Iludem nem nada prometer
E agradam sem nada dizer
São especiais

Pessoas
Amigas
Companheiras
Amantes
Guerreiras
Figurantes
Reais

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A reforma que não muda o radical

Um idioma
Vários sotaques, muitas pronúncias
Para alguns um x no lugar do s
Para outros lh na galinha
Um r bastante puxado
E até um t seco para titia

Mas em qualquer lugar deste país
De norte a sul
Amazônia ou Agreste
Pode vir de onde vier
E ter até um resquício estrangeiro
Falado ou escrito, já na escola aprendemos a língua pátria
O bom e velho português brasileiro

Agora, um novo começo
Novas regras para escrever
Sem trema, com hífen, junto ou separado
Uma vida para aprender e três anos esquecer
Nada de encher lingüiça com palavras estrangeiras
O alfabeto já não tem preconceito de letras
E se tantas mudanças causam enjôo
Pode começar a se acostumar com a nova língua portuguesa

Tudo em nome da igualdade
Oito países unindo-se em prol do entendimento verbal
Regras que entram, regras que saem
Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste e Portugal
Alguns já parecidos na cultura, outros bem longe do mundo verde e amarelo
Mas ninguém desiste de mostrar o que é real
Podem pintar esse país de outras cores
Reformarem a nossa Língua uma vez, duas ou mil
Regra nenhuma mudará este jeitinho
Que só se encontra no português do Brasil.