domingo, 5 de outubro de 2008

Vendaval

Um vendaval
Chegou sem avisar
Levantou poeira
E se foi...

No iníco apenas uma brisa anunciava a sua chegada
Um vento calmo que balançava levemente a folha da roseira do jardim
Um tempo tranquilo que despertava um sorriso
Que passava assobiando suavemente só para dizer que estava ali
Como carinho de namorado, tal qual cuidado de irmão
Um vento frio que refrescava
Um vapor que aquecia

Até que, inesperadamente,
As folhas começaram a circular em pleno ar
Já não se sentia o chão
Uma mudança de clima
O inconstante
E aquele ventinho ficou mais rápido
Era a calmaria se transformando em tempestade
E tudo ao redor começou a sentir a passagem de uma louca ventania
Que passou carregando tudo
Arrastando o que encontrou pela frente
Explorou os terrenos, bagunçando vidas inteiras,
Trouxe emoção, foi adrenalina
Invadiu o espaço e me carregou em seus movimentos
Duas massas de ar girando em sentidos opostos
Que se cruzaram, encontraram-se e sentiram-se como dois amantes

Em meio àquela confusão, a razão
Sem pensar no futuro e nem perder a esperança
Já se sabia que era mais uma ação da natureza
Um fenômeno passageiro
Em breve iria embora da mesma forma que veio

E assim se fez
O vento forte acalmou
Já não se ouve mais o assobio
Já não se sente mais o vento frio
Por todo lado vestígios daquele vendaval
Que misturou sentimentos
Despertou sensações
E ficou no passado
Deixando por todo canto as lembranças
De um vendaval que passou nesta vida.

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